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O PRESIDENTE FILATELISTA
Autor: Pedro Brasil Jr
Em
trinta anos dedicados ao jornalismo filatélico, não foram poucas
as vezes em que apelei aos pais e professores a incentivarem a filatelia entre
seus filhos e alunos. As razões sempre foram as mesmas: o selo postal
interage diretamente na formação cultural proporcionando não
apenas o ato de reunir peças, mas de se pesquisar a respeito de cada
fragmento e, através dele, ampliar conhecimentos preciosos para o futuro.
Talvez tenha sido esta a visão que a mãe de Franklin Delano Roosevelt
tenha tido quando este chegou aos 7 anos de idade.
Foi a partir de sobrecartas procedentes de Hong Kong, correspondências do avô, que ele passou a levar a filatelia tão a sério e manteve o hobie durante toda a sua vida. Nascido em Nova Iorque em 1882, Roosevelt teve esplêndida carreira política, chegando a senador pelo estado de Nova Iorque em 1910 e sendo seu governador no período de 1929 a 1933 quando então chegou à presidência dos Estados Unidos tendo sido reeleito três vezes para o cargo.
Sua
atuação foi marcante e ao longo dessa empreitada contribuiu muito
para importantes mudanças no cenário político interno e
externo inclusive, deparando com a Segunda Guerra e tendo, a respeito dela,
grande influência junto aos países aliados contra a Alemanha. Mesmo
diante dos momentos mais difíceis, Roosevelt não abandonava sua
famosa coleção de selos que o acompanha em suas viagens ao exterior
e que tinha a missão de desanuviar a mente então carregada com
os grandes problemas mundiais.
Existem
registros que afirmam inclusive, que em muitas ocasiões Roosevelt deixava
de levar muitas peças de roupas em sua bagagem para que seus álbuns
pudessem lhe acompanhar. Além disso, outras tantas passagens envolvendo
sua vida e a filatelia nos permitiria preencher muitas páginas para enumera-las.
Conta-se, no entanto, que um ano depois do ataque de Pearl Harbor,
houve uma reunião do Conselho dos Aliados do Pacífico, com a presença
do presidente e dos representantes em Washington dos países que estavam
em guerra com o Japão. Na discussão Walter Nash, primeiro ministro
da Nova Zelândia, sugeriu que as forças aliadas ocupassem certa
ilha do Pacífico, que mais tarde seria trampolim para Tóquio.
Roosevelt pensou um pouco e disse: "pode ser um bom local, mas a ilha da
Mangareva é melhor". Diante da surpresa de Walter Nash, que não
conhecia nada sobre Mangareva disse ainda Roosevelt: "Oh, fica a poucas
milhas da Nova Zelândia.
Conheço
o lugar porque sou colecionador de selos". Durante suas gestões
na presidência dos Estados Unidos, perto de duzentas emissões de
selos receberam sua aprovação pessoal, porque recomendara ao diretor
geral dos correios, Mr. Farley submeter os projetos à sua aprovação.
E dessas emissões, nove tiveram os desenhos baseados em sugestões
que fazia, ele mesmo rascunhando o que desejava fosse o selo. O seu interesse
pela filatelia era tão grande, que certa vez chegou até a modificar
um projeto, como foi o caso do selo comemorativo da Expedição
à Antártida do Almirante Byrd. Consertou no selo a rota coberta
pelo almirante. Por tudo isto, não foi surpresa à enorme procura
pelo selo
emitido em homenagem ao centenário de seu nascimento, que foi um recorde
de vendas.
Desenhado
por Clarence Holbert, baseado em fotografia da UPI, quando o presidente, no
seu carro, mostrava aos repórteres suas plantações em Hyde
Park, no dia 4 de julho de 1937. Poucas são as fotografias que mostram
Roosevelt envolvido com a sua coleção de selos, da mesma maneira
que, segundo consta, só existem duas fotos que mostram o presidente numa
cadeira de rodas, já que contraiu poliomielite aos 39 anos, uma doença
que o deixou com grande dificuldade de movimento desde então.
Freqüentemente
ele utilizava cadeira de rodas, mas fez grandes esforços para esconder
esta dificuldade de sua vida do público externo. Mesmo como Presidente
dos Estados Unidos, preferia caminhar com a ajuda de um guarda-costas do Serviço
Secreto, do que andar de cadeira de rodas. Entretanto, uma estátua de
Roosevelt sentado numa cadeira de rodas foi construída em Washington,
DC, em 2001.
Franklin Delano Roosevel nasceu em 30 de janeiro de 1882 em Nova Iorque e faleceu em 12 de abril de 1945 na Geórgia. Foi o 32º presidente dos Estados Unidos e comandou aquela nação durante 4 mandatos e foi o primeiro e único a conseguir mais de dois mandatos na presidência americana. Também foi o primeiro presidente da América a aparecer na televisão, em 1939, mesmo ela tendo sido inventada com Calvin Coolidge no cargo. Como se observa, o selo postal tem o poder de abrir as portas do conhecimento, aproximar nações, unir os homens e criar, desde cedo, caminhos que podem levar os pequenos filatelistas às posições mais importantes no contexto político-social. Presenteie seus filhos com selos, álbuns, pinças e demais acessórios filatélicos e participe dessa salutar atividade cultural.
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