ARTIGOS PUBLICADOS |
Investir na Nova Geração
Autor: Oswaldo Parreiras
Joãozinho resolveu colecionar selos...
Durante toda a semana, a
inteligente propaganda no Governo
estimulara a sua imaginação e lhe mostrara o lindo universo
que o colecionismo incluiria em sua existência, dando-lhe o assunto para
o dia-a-dia junto de seus pais, avós, tios, amigos... Dando-lhe um apoio
valioso para seus estudos e, quando crescesse, uma pausa renovadora na árdua
batalha pela sobrevivência. Na velhice ? Algo para encher a imensa sensação
de vazio que vem junto com a aposentadoria.
O Governo afinal, resolvera investir na juventude ...
Os jornais só receberiam propaganda do Governo, se tivessem colunas filatélicas. Mesmo que vivessem a criticar a dirigente, que não aceitava palpites e insistia em fazer máximos postais condenados pelas regras internacionais ...
Joãozinho foi à Agência dos Correios, onde recebeu, de graça, um lindo livro, colorido, com mais de 200 páginas. (Os Correios os imprimira com recursos obtidos junto às casas filatélicas e clubes de Filatelia, em um processo de parceria muito sensato). Neste livro, tinha tudo: como começar, que tipo de coleção fazer, como aproveitar os selos, o que era filigrana, como identifica-la, um odontômetro destacável e, uma relação de todos os selos emitidos pelo Brasil, com referências de seus nº RHM, Yvert, Mitchell, Boreck, Scott, Gibbons, etc ... Ao lado de cada selo, dados didáticos sobre quem fora o focalizado ou informações valiosas sobre o tema abordado. Lindas coleções de blocos e seis selos disputadíssimos internacionalmente. O Brasil era o primeiro pais do mundo a fazer um bloco em homenagem a Santa Cecília, padroeira da música.
E os Correios, pela primeira vez na história, encontraram uma valiosa fonte de renda ...
Selos do Brasil ? No jornaleiro, junto com as fichas e cartões telefônicos ...
Nas exposições, continuavam ainda aquelas coleções, cheias de envelopes subscritados, cartões com selos horríveis, peças com defeitos e uma série de coisas que dão pontos, mas que coloca a beleza dos selos em último lugar. Anti-didáticas, caríssimas, totalmente fora das possibilidades de um jovem ou de um cidadão comum.
Mas, estimuladas pelos clubes filatélicos, também existiam coleções só com selos, blocos e máximos oficiais. Nas categorias nacional, internacional e mista ... Todos podiam concorrer.
Nada de limitações aos textos: a Filatelia não era um fim em si, mas um meio de aquisição e ordenamento cultural. De integração social ...
Pai de filatelista, nunca vai tirá-lo de uma delegacia policial pelo uso de entorpecentes ...
Aí
Joaozinho acordou ... Tudo tinha sido um sonho ...
Publicado originalmente em O Amigo do Filatelista - nº 9
Site
desenvolvido por Computação
Gráfica e Design
© 2003 ABRAFITE - Associação Brasileira de Filatelia Temática.
Todos os direitos reservados.