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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FILATELIA TEMÁTICA

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FILATELIA - breve histórico

Autor: Geraldo de Andrade Ribeiro Jr.

Embora já existissem colecionadores de carimbos e cartas
anteriormente, a data de inicio da Filatelia é considerada
como a data do lançamento do primeiro selo postal do mundo, a 06/05/1840.

O colecionismo de selos começou imediatamente logo após o primeiro selo, graças ao sucesso da reforma postal e à sua adoção internacional fez surgir outros selos em outros países e, consequentemente, seus colecionadores.

No final dos anos 1800 apareciam artigos falando da necessidade de especialização, isto é colecionar um só país ou região, dado o grande número de selos e devido à alta crescente dos preços dos selos (ex. Revista Filatélica do Brasil de setembro de 1897), Naquela época já era muito difícil se colecionar todos os selos que eram emitidos.

Notem que nos referimos ha fatos ocorridos há mais de 100 anos atrás e 54 anos após a emissão do Olho de Boi.

As primeiras coleções eram, naturalmente, do tipo atualmente denominado tradicional e logo surgiram clubes, publicações, catálogos, um comércio regular e com a evolução da filatelia, começaram a surgir coleções de tipos variados e em 1870 surge o primeiro filatelista temático, um norte-americano, que colecionava efígies (cabeças). Note-se que não havia muita opção naquela época, 30 anos após o lançamento do 1 º selo, pois quase todos eles apresentavam reis e rainhas ou apenas as cifras de seu valor.

Posteriormente, já no século passado, surgiram as coleções temáticas genéricas (animais, flores, esportes, religião, etc.). Nada de coleções mais específicas como se pode ver hoje, pois o material era mais escasso, bem como os conceitos temáticos. Atualmente, na Filatelia Temática, dá-se preferência a uma coleção mais específica, devido à grande quantidade de material disponível. Esta modalidade de colecionar é hoje a mais praticada em todo o mundo.

A Filatelia cresceu, tornou-se o entretenimento mais praticado em todo o mundo e o mais organizado, com entidades internacionais e nacionais em quase uma centena de países. (ver Organização filatélica)

Correios - Breve histórico

ANTES DO SELO

No Mundo

Com o surgimento do homem na Terra, surgiu, também, a necessidade de comunicação com seus semelhantes. Uma das primeiras referências históricas a uma comunicação‚ a clássica história bíblica da pomba solta por Noé, de sua arca, após o término do dilúvio, a qual retornou à arca trazendo no bico um ramo verde significando que as águas haviam baixado, renascendo, assim, a vida sobre a Terra.

A dificuldade naqueles tempos era como redigir e remeter as mensagens. Inicialmente foram gravadas em placas de pedra, de argila ou madeira. Com a invenção do papel, a comunicação foi facilitada, porém as mensagens eram poucas devido ao fato que as pessoas letradas, isto é, as que sabiam escrever, eram poucas.

Torna-se difícil se situar, com exatidão, quando e onde foram implantados os serviços de correios, havendo citações históricas diversas de sua origem ( Europa, Egito, China, etc. ), dependendo do local histórico analisado.

A partir do século XIII, a família Tasso obteve o direito de transportar cartas em sua região natal (Bérgamo, na Itália) e posteriormente esta concessão se estendeu a praticamente toda a Europa Continental. Os Tassos se uniram à família Torres e tornaram-se uma organização com regularidade e confiabilidade em seus serviços e isto numa época de guerras generalizadas. Este serviço venceu até mesmo a concorrência de correios estatais. Foram eles os precursores do correio em moldes profissionais e a organização durou até o inicio do século XIX, na Europa.

Com o desenvolvimento da humanidade, a escrita deixou de ser privilégio de poucos e aumentou-se o volume de correspondência, graças principalmente ao incremento do comércio, surgindo os correios regulares, inicialmente dirigidos por particulares. Posteriormente foram oficializados encampados pelos governos, estatizando-se, em razão do crescente aumento de volume das correspondências (notadamente as comerciais) e por razões de segurança (possibilidade de violação pelos transportadores).

As primeiras mensagens eram em pergaminho enrolados e depois começaram a tomar a forma das cartas precursoras, até chegarmos ao envelope. As correspondências anteriores à criação do selo postal são denominadas de cartas precursoras, sendo usualmente constituidas por uma única folha de papel, convenientemente dobrada, apresentando a forma de um retângulo alongado no sentido horizontal, forma esta que permanece até hoje. Numa das faces se escrevia o texto da carta propriamente dita e na outra, após a dobragem, se escrevia o nome do destinatário, endereço e se colocavam as marcas postais.

As cartas eram lacradas, inicialmente com cera e posteriormente com lacre, sendo este derretido e antes que endurecesse, recebia a marca de origem e segurança (sinete, anel, etc.), caracterizando o remetente.
Com a disseminação do uso do papel, surge na Inglaterra, a sobrecarta (envelope), com as mesmas características atualmente conhecidas.

Com o correr do tempo, a correspondência deixou de ser privilégio de poucos para se transformar numa iniciativa de sucesso e bem popular.

Das mensagens iniciais, simbólicas, gravadas em pedra, até as mensagens atuais, informatizadas, via satélite, muito tempo se passou, aperfeiçoando-se o sistema, criando-se linguagens diversas, sistemas de transporte e tipos de correspondência.

No Brasil

A primeira correspondência escrita no Brasil foi a famosa carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral, relatando a D. Manoel, rei de Portugal, a descoberta do Brasil.

Oficialmente o correio foi criado no Brasil em 1663, com a criação do Correio-mor do Mar ao tempo de D, João VI, com a nomeação de João Cavaleiro Cardoso para este cargo. Em 1798 foi criado o Correio Marítimo para o Brasil, com viagens regulares entre Portugal e Brasil e os correios terrestres, para distribuição para as cidades do interior.

Em 1808, com a transferência da corte portuguesa para o Brasil novos regulamentos foram baixados e em 1829, já independente, o Brasil teve o seu Regulamento do Correio do Império do Brasil.
O correio para o exterior, era praticado por meio de Portugal e o correio interno, através dos rios e de mensageiros especiais, a pé, a cavalo e, posteriormente, por ferrovias.


Foi D. Pedro II, com seu espírito progressista, que aprovou a reforma postal brasileira, proposta em 1838, autorizada em 1841 e colocada em prática em 1842, portanto, logo após a pioneira reforma inglesa.


D. Pedro II - por volta de 1838

Surge o selo postal

Desde o início dos serviços postais, era o destinatário e não o remetente que pagava o custo do transporte, geralmente uma taxa estipulada em função da distância e/ou das dificuldades de transporte, não sendo este custo acessível a toda a população, tendo havido algumas tentativas de se alterar este sistema. Imagine-se os problemas existentes para os transportadores, pois os destinatários não eram obrigados a receber a carta e o prejuízo era certo, problema este maximizado coma Revolução Industrial, aumentando o intercâmbio comercial e o volume de correspondências.


Sir. ROWLAND HILL
1795 - 1879

Em 1837 o inglês, Rowland Hill observou que alguns destinatários não queriam receber sua correspondência. Investigando a questão, descobriu que o remetente colocava sinais em código na parte externa das cartas, transmitindo as notícias aguardadas. Desta forma, o destinatário tomava conhecimento do seu conteúdo e recusava tanto o seu recebimento, quanto o pagamento do transporte. O prejuízo ficava por conta dos correios ou dos transportadores.

Pagamento antecipado

Por isso, Hill sugeriu ao governo inglês a adoção do pagamento antecipado do porte das cartas e, como uma forma de recibo, seria colado à correspondência um pequeno quadrado de papel (o selo), que devia ser inutilizado com um carimbo, indicando o local de origem e a data de postagem, de modo a impossibilitar seu reaproveitamento.
Em 3 de dezembro de 1839, uma lei inglesa estabeleceu a chamada "reforma postal", pela qual o governo assumiu totalmente o controle e administração dos serviços postais e, no dia 6 de maio de 1840, a Inglaterra emitiu o primeiro selo postal, reproduzindo a figura da rainha Vitória, que, então, regia o país. O selo ficou conhecido como "Penny Black".

O novo sistema foi um sucesso e os demais países logo aderiram, tendo o Cantão de Zurique, na Suíça, emitido o segundo selo postal a 23 de janeiro de 1843. Antes disto, em 30 de novembro de 1841, no Brasil, foi aprovada a lei que instituía o uso do selo postal, nos moldes da reforma inglesa.

Pioneirismo brasileiro

Desta forma, fomos o segundo país a fazê-lo, mas a emissão dos primeiros três selos postais nacionais só ocorreu em 1º. de agosto de 1843, nos valores de 30, 60 e 90 réis, de modo que somos considerados o terceiro país a emitir selos. Esses primeiros selos brasileiros são conhecidos como "Olhos de Boi", pela sua semelhança com os olhos do referido animal, sendo os selos brasileiros mais famosos.

 

 

 

 

 

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