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Bartholomeu de Gusmão
e a Filatelia
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50 Anos do Aeroporto Bartolomeu de Gusmão

50th Anniversary of the Bartolomeu de Gusmão Airport

SOBRE O SELO

Sobre o hangar do aeroporto Bartolomeu de Gusmão, construído por deliberação do chefe do governo provisório, Getúlio Vargas, no Campo de São José, em Santa Cruz, Rio de Janeiro, e inaugurado a 26 de dezembro de 1936, passa, em vôo baixo, um zeppelin. Este aeroporto serviu especificamente para pouso de aeronaves do tipo zeppelin, que se abrigavam no hangar, o qual, ainda hoje, se mantém intacto, sendo o único existente no mundo.

ABOUT THE STAMP

A Zeppelin airship flies over the hangar of the Bartolomeu de Gusmão Airport in a low flight. This airport was built at the landing field of São José in Santa Cruz/Rio de Janeiro State by deliberation of Getúlio Vargas, the Head of the Temporary Government, and inaugurated on 26th December 1936. It served specifically to the landing of Zeppelin airships which would be lodged in its hangar that remains intact up to the present time and is the only one in the world.

50 ANOS DO AEROPORTO BARTOLOMEU DE GUSMÃO

Face ao sucesso das primeiras viagens de testes realizadas entre 1930 e 1932 pelo Graf Zeppelin, ficou patente a necessidade de um aeroporto para zeppelins, no Rio de Janeiro, sem prejuízo do Campo dos Afonsos - Base da Aviação Militar.

Assim é que estudos tiveram seu início em 1932, tendo a empresa Zeppelin examinado as condições dos terrenos do Barão da Taquara, do Recreio dos Bandeirantes, e acolhido a sugestão do Presidente Vargas para a Ponta do Calabouço - Aeroporto Santos Dumont. Contudo, parece que foi a bordo do "Graf Zeppelin", em 1933, que o Presidente Vargas e o Presidente da Zeppelin, Dr. Hugo Eckener, chegaram à conclusão que o melhor ponto seria o Campo de São José, em Santa Cruz, uma área de propriedade do Governo Federal.

Pelo Decreto 24.069, de 31.03.1934, foi implantada a pedra fundamental do Aeroporto Bartolomeu de Gusmão, inaugurado em dezembro de 1936, com a presença do Presidente Vargas, de Ministros de Estado, do Embaixador da Alemanha e demais altas autoridades civis e militares.

A inauguração contou com a comutação elétrica das enormes portas e ante o "marco de inauguração" discursaram o Deputado Barreto Pinto, o Prefeito da Cidade Cônego Olímpio de Mello, o Diretor do D.A.C., Dr. Trajano Furtado dos Reis, e o Ministro do M.V.O.P., Dr. José Marques dos Reis.

Em obediência ao Decreto-lei 4.109, de 12.02.1942, isto é, cinco anos após a catástrofe do "Hindenburg" na Estação Aeronaval de Lakehurst, nos Estados Unidos, foi o Aeroporto Bartolomeu de Gusmão transformado na atual Base Aérea de Santa Cruz - herdeira da Zeppelin no Brasil e guardiã do único hangar do mundo para zeppelins, já que seus irmãos foram destruídos, na Alemanha, pela hecatombe da 2.ª Guerra Mundial.

Uma das peças mais bonitas e elegantes do Aeroporto foi a torre de atracação construída pela firma C. Haushahn G.m.b.H. de Stuttgart, dotada de duas tribunas, com alturas variáveis (telescópica) de l6,00m (Graf Zeppelin) e 21,50m (Hindenburg), apoiada em dois "trucks" de 22,00m de distância e bitola de 6m presa a dois balancins. Pintada em duas faixas nas cores branca e vermelha, dois braços metálicos a seguram no sentido longitudinal e cabos de aço no sentido transversal. O Zeppelin era seguro por garras (gatos) à pressão hidráulica, seguro que era por dois cones ou funis, sendo um invertido. Interessante é que o Zeppelin, preso pelo bico, ficava ao sabor dos ventos no anel existente ao meio do campo, apoiado na cauda por um vagonete ferroviário. Para entrar e sair do hangar eram os próprios motores do Zeppelin que movimentavam a torre, quando não era movimentada manualmente. Na tribuna superior, havia instrumentos de medição estática e, na inferior, pontos de reabastecimento e um telefone.

FRANCISCO D. R. PFALTZGRAFF

50th ANNIVERSARY OF THE BARTOLOMEU DE GUSMÃO AIRPORT

In view of the great success of the first experimental trips performed by the Graf Zeppelin between 1930 and 1932, it became clear the necessity of having an airport for Zeppelins in Rio de Janeiro, without retiring "Campo dos Afonsos" - Military Aviation Base.

Thus, in 1932, the studies aiming this goal were started, when the Zeppelin Enterprise examined the conditions of the soils, of the "Barão da Taquara", of the "Recreio dos Bandeirantes", as well as of the "Ponta do Calabouço" which, by suggestion of President Vargas, was chosen - Santos Dumont Airport. However, it seems that it was on board of the "Graf Zeppelin", in 1933, that President Vargas and the President of the Zeppelin, Dr. Hugo Eckener, came to the conclusion that the best place to build the airport would be the "Campo de São José", in Santa Cruz, an area belonging to the Federal Government.

Through the Decree no. 24069 of 31.03.34, the foundation stone of the Bartolomeu de Gusmão Airport was laid and in December 1936 it was inaugurated with the presence of President Vargas, of State Ministers, of the Embassador of Germany and other civil and military high authorities.

The inauguration was marked by the solemn opening of the large doors, moved electrically, and also by the speeches given by Councilman Barreto Pinto, by the Mayor Cônego Olimpio de Mello, the D.A.C. Director, Dr. Trajano Furtado dos Reis and by the Public Works Minister, Dr. José Marques dos Reis.

By following what was enforced by the Decree-Law 4109, of 12.Feb.42, or rather, five years after the "Hindenburg" Catastrophe at the Lakehurst Aeronaval Base, in the United States of America, the Bartolomeu de Gusmão Airport was changed into the present Air Base of Santa Cruz - the heiress of the Zeppelin Enterprise in Brazil as well as caretaker of the unique hangar for Zeppelins in the world, since its similars in Germany had been destroyed by the hecatomb of the World War II.

One of the most beautiful and elegant works of the Airport was a docking tower built by the C. Haushahn G.m.b.H. of Stuttgart Firm, having two platforms with variable heights (telescopic) of 16.00m (Graf Zeppelin) and of 21.50m (Hindenburg) placed on two trucks outdistancing in 22m and a gauge of 6m attached to two whiffletrees. It presented two stripes painted in white and red and two metalic arms which held it in the longitudinal direction and by steel cables in the transversal direction. The Zeppelin was held by claws moved by hydraulic press held by two cones or funnels, one of them in an inverted position. It is worth emphasizing that the Zeppelin, held by its beak, used to stay at the mercy of the wind in the ring located in the middle of the field, supported in its rear by means of a railroad dumpcart. In order to enter or leave the hangar, the own motors of the Zeppelin moved the tower, or it was moved manually. On the superior platform there were tools of static measurement and, on the inferior one, refueling points and a telephone.

FRANCISCO D. R. PFALTZGRAFF