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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FILATELIA TEMÁTICA

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Extraído do site UOL Notícias-
http://copadomundo.uol.com.br/2010/ultimas-noticias/2010/07/11/filatelistas-divergem-sobre-selo-da-copa-mas-concordam-que-figurinhas-sao-febre-passageira.jhtm


 

 

 

 

 





Selo francês da Copa de 1998 teria sido "imitado" pelo modelo brasileiro da Copa de 2010

Filatelistas divergem sobre selo da Copa,
mas concordam que figurinhas são 'febre passageira'

Flavia Perin
Em São Paulo

É verdade que cada vez menos a comunicação se dá por meio de cartas enviadas pelo correio – e que cada vez menos pessoas se dedicam à Filatelia, ciência de colecionar selos postais. Populares ou não, os selos desde sempre retratam o futebol e as Copas do Mundo, representando grandes momentos e ídolos do esporte. Nesta Copa da África, o selo lançado pelos Correios brasileiros no dia da abertura do torneio (11 de junho) teve tiragem de 350 mil exemplares e valor de R$ 2,55.

Criado por Alan Magalhães, reúne imagens da América do Sul e da África, com os mapas do Brasil e da África do Sul cobertos por suas bandeiras nacionais. Na faixa que circunda o selo, veem-se as bandeiras das demais nações participantes da Copa 2010 e o desenho estilizado de dois jogadores.

O FUTEBOL NOS SELOS
O milésimo gol do rei Pelé ganhou uma edição especial.
Além dos selos, os carimbos dos Correios são colecionáveis.
Edição brasileira que representou a Copa de 1974, da Alemanha.
A composição, porém, não agradou ao presidente da Associação Brasileira de Filatelia Temática (Abrafite), Geraldo Ribeiro Júnior: “Imita o selo da França de 1998, nada original.”

Para ele, há imagens demais, sobrepostas, de difícil visualização. “A concepção é totalmente primária e já existem dezenas, senão centenas, desde a década de 60 do século passado, com a mesma ideia de bandeiras, de mapa, de jogador com a cor do país e do país-sede”, afirma.

“Falta inovar, pensar, ser inteligente, fazer algo novo, diferente, que chame a atenção”, adverte Ribeiro Jr.

Já o filatelista Valdenísio Petrolli, fundador da Associação Brasileira de Jornalistas Filatélicos, achou o resultado “bonito, bem colorido”. “Colocar todas essas cores num pedacinho de papel é uma obra de arte, fora que homenageia todos os países desta Copa. É um selo ‘bem comunicativo’”, defende.

Como Petrolli explica, os pontinhos brancos em volta, em formato circular, permitem que se use o selo neste formato – em vez de quadrangular. “É uma característica curiosa.”

Selos das Copas de 2002, 1962 e 1958 foram os de maior tiragem no Brasil

Segundo os Correios, de 2005 até 2009, foram 3 trilhões de cartas (excluídas faturas e contas de água, luz e telefone) enviadas por ano – desde o surgimento da Internet, o número de cartas de pessoa física para física decaiu 70%; por outro lado, os volumes de jurídica para jurídica e de jurídica para física cresceram na mesma proporção, cerca de 70%.

Dos selos de Copa, as edições de 1958 e 1962, em que o Brasil se sagrou campeão e bicampeão mundial, foram as de maior tiragem: 5 milhões esgotados. Das décadas mais recentes, a maior vendagem se deu em 2002 – 1,7 milhões –, quando o Brasil conquistou o pentacampeonato.

No entanto, Ribeiro Jr. ressalta que o Brasil jamais explorou a filatelia esportiva. “É uma visão mais simplista do negócio. Jogadores do passado que não têm problemas [jurídicos de uso] de imagem não são usados”, diz.

Quanto ao valor de um selo, ele explica que o que comanda se é mais ou menos valioso são a tiragem e a quantidade de selos efetivamente usados. “Este selo [da Copa de 2010] tem uma emissão grande, e se o Brasil perdesse ou ganhasse a emissão já estava à venda.”

Filatelista há 50 anos, o presidente da Abrafite recorda de 1966, quando a Inglaterra fez selos genéricos com espaços em branco e, após ter ganho a Copa, usou as áreas deixadas propositadamente em branco para imprimir já na noite da vitória alguns milhões a mais de selos com a inscrição “England winner”. “Os colecionadores foram atrás dos novos”, conta.

Apesar de reconhecer que a prática de colecionar selos se torna menos frequente com o passar dos anos e com a praticidade da tecnologia e da Internet, Ribeiro Jr. defende a sobrevivência desta “arte e ciência” que “resiste bravamente desde 1840 a vários modismos e é a modalidade de colecionismo mais organizada”.

“O email é frio, impessoal, aberto, sem alma, sem vida...”, constata. “Nada substitui o prazer de escrever e receber uma carta. É algo pessoal, o texto está encoberto pelo envelope, é lúdico, uma coisa desconhecida. Se alguém teve o trabalho de escrever e de lhe enviar uma carta, logo deve ser algo importante. Sempre há um alguém, em algum lugar, aguardando uma carta sua ou você aguardando uma carta de alguém.”

COPA COLECIONÁVEL
'Filatelia é a mais organizada modalidade de colecionismo'

Selos comemorativos sempre permearam os Mundiais
‘Figurinha é algo muito comercial’

Sobre o boom das figurinhas de Copa, o filatelista diz se tratar de uma febre pontual, passageira. “Figurinha é algo sem muito valor cultural, algo muito comercial. Há figurinhas que são fabricadas em número reduzido apenas para encarecer o álbum. Filatelia é muito mais profundo e sério.”

Ele reconhece que gostaria que houvesse pelos selos o mesmo interesse despertado pelas figurinhas da Copa. “Mas falta educação ao povo, divulgação, interesse comercial por parte dos envolvidos. Dá para fazer uma coleção da Copa apenas com selos, muito mais educativa, cultural.”

Ribeiro Jr. lembra que em países como França, Espanha e Argentina a Filatelia faz ou fez parte do currículo escolar. “Trata-se de uma atividade educacional complementar, cultural, fora ser um hobby.”

Apesar de não colecionar selos de Copa, Ribeiro Jr. destaca alguns exemplares históricos. De acordo com ele, o mais valioso é o da Itália, da primeira Copa do Mundo; e o mais bonito, um modelo produzido pelo Uruguai nos anos 50.

O futebol é o foco das coleções do filatelista Valdenísio Petrolli, que as tem divididas “como se fossem uma tese científica” – entre os temas, a história do futebol, os primeiros jogos no Brasil, o futebol da década de 20, Copas, a origem do futebol no Brasil, a história da bola... “Uma coisa é juntar selo, outra é colecionar dentro de parâmetros”, decreta.

Sem titubear, ele elege o selo que comemora o milésimo gol de Pelé, com o autógrafo do rei, como o mais apreciado de sua coleção – que ele começou aos 13 anos e que hoje acumula aproximadamente 5 mil unidades.

Petrolli também acha que as figurinhas não se comparam aos selos. “É curioso que elas surgem em toda época de Copa, mas ‘morrem’ um mês depois e ninguém se interessa mais... Fui à banca estes dias e já estava meio vaziazinha, viu?”, comenta.

“O selo sempre tem um valor porque é um documento oficial. Mas ficamos isolados, não só na filatelia, também na Numismática [nome que se dá à coleção de moedas e dinheiro de papel]”, completa Petrolli, que além de apaixonado por filatelia se declara fanático pelo Corinthians. “Sabia que há dois tipos de torcedor? Os corintianos e aqueles que torcem pelo time errado”, diverte-se.

Copa inspirou exposições e encontro sobre filatelia

Desde o começo da Copa, um mês atrás, e até este dia 16 estão em cartaz, no Prédio Histórico dos Correios, no centro de São Paulo, três mostras sobre Copa do Mundo. “A História das Copas”, que exibe o acervo da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, com selos alusivos aos torneios de 1930 a 2006; “Planeta Bola”, com 38 bolas customizadas por artistas da Associação Brasileira de Artistas Plásticos de Colagem e alunos do Instituto Criança Cidadã; e “Mascotes do Futebol”, com 75 ilustrações de mascotes de clubes brasileiros criadas pelo cartunista Juarez Corrêa.

No dia 26 de junho, foi realizado no mesmo espaço o 8º Encontro Paulistano de Filatelia, que teve o Mundial como mote.

11/07/2010

 

 

 

 

 

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