ARTIGOS
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FATOS CURIOSOS NO GABRIELISMO MUNDIAL |
Angelo Zioni Ao
colecionador estudioso surgem, vez por outra, situações
bastante curiosas que o levam a se aprofundar em pesquisas que transcendem,
muitas vezes, a própria Filatelia. Deixemos de lado
a "canonização"do apóstolo traidor, de
Judas Iscariotes, que numa das discutidas emissões de Fujeira
"São (sic) Judas Iscariotes" é colocado ao lado
da cena do despojamento das vestes na crucificação do
Mestre... Estranha Anunciação Mera inadvertência, motivada sem dúvida por desconhecimentos na área religiosa levaram os preparadores da emissão togolesa de 15.08.1969 (30fr.) a qualificar de "Assunção" a famosa tela de Sandro Botticelli, a cromática "Anunciação" á Maria. Gabriel que seria Rafael e acabou Miguel Comemorando, em 1898, o 4º Centenário do Descobrimento do Caminho marítimo das índias, o governo português atribuiu a uma comissão, especialmente designada, a organização dos festejos nacionais em honra dos navegantes intrepidamente chefiados por Vasco da Gama: daí os selos vascaínos. É sabido que a nau capitânea da expedição era chamada São Gabriel enquanto outras levavam nomes entre os quais São Rafael e Berrio. Ora, para ilustrar uma série de selos comemorativos da efeméride homenagearam-se, segundo informações da época, os principais navegantes da expedição e respectivas naus, Abreviando, veja-se quanto se publicou a respeito: E 1986 "O Philatelista",
de Lisboa, afirmava (antes da saída dos selos, forçosamente
á base de informações prestadas) que o selo de
75 réis trazia "a figura de São Rafael, nome do navio". "...O pintor João Vaz deveria saber os nomes de 3 dos 4 navios da esquadra do Gama. Se no selo de 150 réis homenageou a Vasco da Gama e ao seu navio, natural é que no de 75 réis quisesse homenagear Paulo da Gama e sua nau - São Rafael. Como não pode figurar Paulo da Gama, representou o Arcanjo São Rafael. E ao Arcanjo Ligou os dois símbolos bem representativos da nossa história - a cruz e a espada". Em1903, Jacopo Gelli
escreveu interessantíssimo artigo na revista italiana de Milão
"IL SECOLO ILLUSTRATO" sob o título "A Religião
na Filatelia, possivelmente um primado no assunto. Pois bem, nesse trabalho,
Gelli - que foi grande escritor filatélico na época, autor
de Manuel que fez sucesso - diz expressamente que o selo representava
o Arcanjo São Miguel. De qualquer modo: o que seria Rafael e que para muitos foi Gabriel (veja-se o primeiro carimbo gabrielino holandês) não deixou, melhor, não deixa de ser...Miguel! |